BERLIM, 1 Mar (Reuters) - A inflação alemã provavelmente começou a aumentar em Fevereiro, ultrapassando o objectivo do Banco Central Europeu de pouco menos de 2 pct pela primeira vez em mais de 4 anos, sugerem dados regionais esta quarta-feira.
Com eleições federais marcadas para Setembro na Alemanha, os valores da inflação vão provavelmente alimentar um debate sobre o fim da política monetária 'leve' do Banco Central Europeu.
Dados preliminares de vários Estados alemães mostram que a inflação nos preços no consumidor acelerou em todo o país, principalmente devido a maiores custos alimentares, energéticos e de transportes.
No Estado mais populoso, a Renânia do Norte-Vestfália, a inflação anual subiu para 2,3 pct de 1,9 pct em Janeiro. Atingiu os 2,5 pct em Hesse, 2,4 pct na Saxónia, 2,2 pct em Baden-Wurttemberg, 2,1 pct na Baviera e 2,0 pct em Brandenburg.
Os valores dos Estados, que não estão harmonizados para serem comparados com outros países da zona euro, vão influenciar os dados nacionais de inflação agendados para as 1300 TMG.
Uma pesquisa da Reuters conduzida antes do anuncio dos dados regionais sugerem que a inflação total nos preços no consumidor subiu para 2,1 pct em Fevereiro de 1,9 pct em Janeiro, o valor mais alto desde Setembro de 2012.
A analista da Capital Economics Jennifer McKeown disse que os valores dos Estados apoiam esta previsão, mas a inflação subjacente alemã, que não inclui custos voláteis de energia e alimentos, é provável que se mantenha fraca nos próximos meses.
"Isto deve encorajar o BCE a implementar as suas aquisições de activos como planeado", disse McKeown.
A taxa de inflação para toda a zona euro prevê-se que suba para 2,0 pct em Fevereiro de 1,8 pct em Janeiro, disseram analistas sondados pela Reuters. Estes valores serão anunciados na quinta-feira.
Texto integral em inglês: de Michael Nienaber, Traduzido para português por João Maurício em Gdynia; Editado em português por Sérgio Gonçalves em Lisboa)