LISBOA, 27 Set (Reuters) - O BBVA (MC:BBVA) reviu em baixa as previsões de crescimento para a economia portuguesa para 1,0 pct em 2016 e 1,3 pct em 2017, face às anteriores estimativas de 1,4 pct e 1,6 pct, respectivamente, um aumento da incerteza dos mercados externos e vendo maiores riscos para as metas orçamentais.
Realça que à falta de aceleração no crescimento, deve-se somar outros riscos, quer externos quer internos, com os que a economia lusa foi confrontada.
"Entre os que provêm do exterior encontram-se o menor apoio do preço do petróleo, a moderação das encomendas do exterior ou o impacto do Brexit, que embora limitado, poderia ter efeito sobre a atividade comercial e a confiança, travando o comércio e o investimento", explicou.
"Para além disso, nas últimas semanas elevaram-se as incertezas em relação à política económica doméstica com o risco de um novo incumprimento do objetivo de défice de 2016", vincou.
Para o banco, o aumento da incerteza deve-se também à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), as dúvidas sobre um possível bloqueio de fundos europeus, como consequência do incumprimento da saída do Procedimento por Défices Excessivos, ou ao menor apoio a uma política orçamental que se encontra condicionada pela Comissão Europeia.
"Por isto tudo, revê-se a previsão de crescimento do PIB de Portugal para 1,0 pct e 1,3 pct para 2016 e 2017, respectivamente, face a à anterior previsão de 1,4 pct e 1,6 pct", frisou.
O banco espanhol estima que o Produto Interno Bruto português tenha um crescimento em cadeia de 0,3 pct no terceiro trimestre de 2016, em linha com o registado no trimestre anterior, em que a procura interna perdeu fôlego, mas as exportações líquidas deram um contributo positivo.
"Com um pouco mais de 30 pct da informação disponível para o terceiro trimestre, o modelo MICA-BBVA estima que o crescimento trimestral do PIB de Portugal poderia estabilizar nas taxas próximas a 0,3 pct, embora com uma mudança na composição que prevê uma ligeira recuperação da procura privada e a inversão e um novo recuo no setor exterior", explicou o BBVA. (Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Daniel Alvarenga)