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O que leva milhões de pessoas a aderir à Bluesky?

Publicado 18.11.2024, 17:06
© Reuters.  O que leva milhões de pessoas a aderir à Bluesky?

Milhões de utilizadores aderiram à plataforma de redes sociais Bluesky na sequência das eleições presidenciais nos EUA.

Vários académicos, jornalistas, políticos de esquerda e celebridades afirmaram que iriam aderir à plataforma que costumava ser apoiada pelo antigo diretor executivo do Twitter, Jack Dorsey.

No fim de semana, a Bluesky avançou que estava a adicionar um milhão de utilizadores por dia, sendo que o número total de utilizadores ascende agora a 19 milhões.

O que é a Bluesky?

Bluesky é uma plataforma social descentralizada e foi fundada como uma iniciativa de pesquisa como parte do Twitter em 2019.

Em 2021, Jay Graber tornou-se CEO, tendo Dorsey deixado o conselho da plataforma em maio. O site era inicialmente apenas para convidados, mas foi aberto ao público em fevereiro.

Contém um feed Discover, que, segundo Bluesky é "personalizado para o que gosta de ver, ao mesmo tempo que lhe dá uma visão do que é tendência na rede". Tem também um feed cronológico para as contas que os utilizadores seguem.

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A plataforma também adicionou novas funcionalidades no último ano, como as mensagens diretas e a partilha de vídeos. Baseia-se no protocolo AT, uma rede aberta para a criação de aplicações sociais.

"Bluesky é uma rede social aberta que dá aos criadores independência em relação às plataformas, aos programadores a liberdade de construir e aos utilizadores uma escolha na sua experiência", afirma a plataforma na sua página social.

Novos membros

O aumento da Bluesky ocorre quando vários usuários do X (antigo Twitter) deixaram esta rede.

Elon Musk adquiriu a plataforma em 2022 e fez várias alterações na forma como modera o conteúdo, por exemplo.

Durante a campanha para as presidenciais norte-americanas,o magnata da tecnologia, apoiante do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, fez publicações (de forma intensiva) sobre a votação no X.

Um relatório do Center for Countering Digital Hate (CCDH) revela que antes da eleição as afirmações falsas ou enganosas de Musk na plataforma reuniram quase dois bilhões de visualizações.

O bilionário foi agora escolhido por Trump para fazer parte de um novo gabinete de eficiência governamental.

Após as eleições presidenciais dos EUA, jornais de referência como o The Guardian, no Reino Unido, e La Vanguardia, em Espanha, anunciaram que iriam abandonar a plataforma de Musk. O The Guardian afirma que tal se devia ao "conteúdo frequentemente perturbador promovido ou encontrado na plataforma".

Outros utilizadores do X disseram que não iriam abandonar a plataforma, mas que estavam a criar contas Bluesky.

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O ex-diretor da Human Rights Watch, Kenneth Roth, afirmou que "é um erro os progressistas abandonarem o X".

"Sim, o X virou à direita e tornou-se tóxico sob a direção de Elon Musk, mas não há lugar comparável para discutir os acontecimentos mais importantes do mundo. Fugir do X é abandonar este fórum influente à extrema-direita", escreveu.

Aumento de utilizadores do Bluesky

Esta nao é a primeira vez que a Bluesky benefecia da saída de utilizadores do X, após as eleições.

Em agosto, na semana seguinte à proibição do X, no Brasil, a plataforma ganhou 2,6 milhões de utilizadores. 85% dos quais eram brasileiros, de acordo com a empresa.

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Cerca de 500.000 novos utilizadores inscreveram-se num dia, em outubro, quando o X indicou que as contas bloqueadas poderiam ver as publicações públicas de um utilizador.

Apesar do crescimento do Bluesky, a X publicou, após as eleições, que tinha "dominado a conversa global sobre as eleições nos EUA" e estabelecido novos recordes.

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