LISBOA, 19 Abr (Reuters) - Portugal colocou 1.250 milhões de euros de bilhetes do tesouro a seis e 11 meses, com as taxas a desceram para terreno mais negativo do que nos leilões anteriores, ajudadas pela preferência dos investidores por dívida em vez de acções num contexto de tensão geopolítica e a dois dias de uma crucial revisão da notação pela DBRS.
As colocações de dívida de curto prazo continuam também suportadas pela perspectiva de continuação de apoio do BCE.
O IGCP-Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública colocou 300 ME de BT a três meses e 950 ME a 11 meses, ou seja a totalidade do montante indicativo.
No prazo a três meses, a taxa média ponderada (TMP) fixou-se em -0,266 pct, face aos -0,219 pct no leilão comparável anterior; enquanto na maturidade a 11 meses, a TMP situou-se em -0,135 pct versus a 'yield' média de -0,112 pct numa colocação em Março.
Os 'yields' do 'bund' alemão estão próximos do nível mais baixo de 2017, com os investidores a 'baterem em retirada' para activos mais seguros face às tensões geopolíticas na Península da Coreia e a quatro dias das eleições presidenciais em França.
Embora o 'bund' se destaque pela positiva, o mercado de obrigações em geral tem estado em 'outperformance' face às acções, num claro sinal de aversão ao risco por parte dos investidores. O programa de compra de activos do BCE continua a ser chave para conter os custos de financiamento de Portugal e de outros países da zona euro.
Na colocação de BTs em mercado primário hoje, a procura pela maturidade mais curta excedeu a oferta em 2,5 vezes contra 4,1 vezes no leilão anterior, enquanto no prazo mais longo o rácio bid-to-cover fixou em 1,41 vezes versus 1,9 vezes anteriormente.
A 'yield' das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 3,8 pct, cinco pontos base abaixo da sessão anterior.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)