LISBOA, 23 Nov (Reuters) - Reconstruir a indústria europeia e torná-la menos dependente da China e de outras nações deveria ser uma prioridade após a pandemia do coronavírus, mas a UE deveria evitar políticas proteccionistas, disse na segunda-feira o primeiro-ministro de Portugal.
A pandemia expôs o quanto a União Europeia se tornou dependente da China e de outros países em relação a bens essenciais, o que torna as cadeias de abastecimento mais vulneráveis ao risco de ruptura, disse António Costa.
"A Europa não pode estar totalmente dependente de bens essenciais produzidos no exterior", disse Costa durante um evento para delinear as principais prioridades da presidência semestral de Portugal da UE, que começa em 1 de Janeiro. "Isto é algo que a crise da COVID-19 tornou claramente uma prioridade".
Mas Costa também advertiu contra uma "visão proteccionista da Europa ou uma ruptura do comércio global" e disse que não se tratava de criar algumas grandes empresas dominantes, mas de conceber uma "política de concorrência mais ágil".
Parte da estratégia deveria ser desenvolver redes de diferentes empresas que trabalham à escala europeia, disse, acrescentando que a UE só poderia beneficiar da descentralização da inovação e das cadeias de produção.
Um novo relatório do Banco Central Europeu na segunda-feira mostrou que as empresas da zona euro estão cada vez mais vulneráveis no meio de uma recessão induzida por uma pandemia, embora o apoio público, incluindo dinheiro barato do BCE, tenha até agora limitado os danos. original em inglês: (Reportagem de Sergio Goncalves, traduzido para português por André Vitor Tavares em Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)