(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 4 Abr (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, anulando a alta da véspera, conforme o mercado demonstrou alívio com as tentativas do governo de melhorar a articulação com o Congresso sobre a reforma da Previdência, num dia positivo para moedas emergentes no exterior.
O dólar à vista BRBY caiu 0,55 por cento, a 3,8575 reais na venda. Na quarta-feira, a cotação havia subido 0,57 por cento, a 3,8787 reais.
Na B3, a referência do dólar futuro DOLc1 cedia 0,31 por cento, a 3,8640 reais.
O real teve nesta sessão o terceiro melhor desempenho entre as principais moedas globais, atrás apenas da libra esterlina GBP= e da lira turca TRY= . Outros pares do real, como peso mexicano MXN= e rand sul-africano ZAR= também se apreciavam.
Depois de voltar antecipadamente de Israel para tratar da reforma, o presidente da República, Jair Bolsonaro, se reuniu nesta quinta com cinco presidentes de partidos e conseguiu reduzir as tensões. ACM Neto --presidente do DEM, mesma legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia-- disse que o partido vai analisar a possibilidade de fazer oficialmente parte da base do governo Bolsonaro, e não descarta fechar questão na votação da reforma da Previdência. acreditando que a reforma da Previdência passará este ano, na Câmara, ainda que apenas no quarto trimestre. Nossa projeção já contemplava uma economia de 700 bilhões de reais (ao longo de uma década) a ser aprovada apenas em outubro, e mudou muito pouco" com os ruídos recentes, disse em nota a equipe da gestora Gauss Capital.
O Santander Brasil (SA:SANB11), porém, vê uma economia menor, de 615 bilhões de reais, 55 por cento da proposta original (1,1 trilhão de reais). O banco estima que os mercados reagiriam "positivamente" a esse cenário, mas mantém projeção de dólar a 4,00 reais ao fim deste ano, com a taxa de câmbio impactada pelo menor diferencial de juros entre o Brasil e o mundo e pelas incertezas internacionais. (Edição Alberto Alerigi Jr.)