(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 18 Fev (Reuters) - O dólar fechou em nova máxima histórica nesta terça-feira, perto de 4,36 reais, com a cena doméstica refletindo o dia de amplos ganhos para a moeda norte-americana no exterior ainda por receios em torno do coronavírus.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas de países ricos .DXY escalava a máximas desde 1º de outubro do ano passado, com várias moedas emergentes .MIEM00000CUS em queda, diante de renovadas preocupações sobre os impactos do coronavírus na economia global após Apple AAPL.O e HSBC HSBA.L emitirem alertas sobre os efeitos da epidemia em suas operações.
A terça-feira não contou com oferta líquida de moeda pelo Banco Central, assim como na segunda-feira e diferentemente de quinta e sexta da semana passada, quando o BC colocou um total de 2 bilhões em swaps cambiais para frear a performance pior do real ante seus pares.
Nos últimos dois pregões sem intervenção do BC (a véspera e esta terça), o dólar acumulou alta de 1,32%, mais do que apagando a queda acumulada de 1,14% na quinta e sexta da semana passada, dias com atuação do BC.
Nesta terça, porém, mesmo com o dólar batendo novo recorde, o real não encabeçou as perdas nos mercados globais de câmbio, com a lista liderada por coroa sueca SEK= , coroa tcheca CZK= e dólar neozelandês NZD= . O movimento sugere que a taxa de câmbio está mais alinhada aos pares.
Há pouco, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, repetiu que o câmbio é flutuante e que o BC pode atuar novamente no mercado cambial se identificar problemas de liquidez ou movimento exagerado.
O dólar à vista BRBY subiu 0,66%, a 4,358 reais na venda, novo recorde nominal para um encerramento de sessão, deixando para trás a máxima anterior --de 4,3506 reais alcançada na quarta-feira da semana passada, dia 12.
Todas as nove mais altas cotações nominais de fechamento para o dólar foram registradas neste mês de fevereiro.
Na B3, o dólar futuro DOLc1 tinha alta de 0,77%, a 4,3635 reais.
Os ganhos do dólar no Brasil tiveram como pano de fundo novas revisões para baixo nas expectativas para a economia, vetor que tem pressionado o câmbio nas últimas semanas, já que prejudica o cenário para mais entrada de capital. Apenas nesta terça pelo menos Citi (NYSE:C) e MUFG baixaram as projeções, depois de dias atrás JPMorgan (NYSE:JPM), Itaú Asset Management e UBS fazerem o mesmo.
Pesquisa do Bank of America (NYSE:BAC) divulgada nesta terça mostrou que a maior parte dos gestores consultados ainda prevê alguma apreciação do real neste ano, mas com uma maioria menor. A sondagem mostrou que 63% projetam dólar abaixo de 4,20 reais ao fim de 2020, contra 72% no mês passado.
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^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^> (Edição Alberto Alerigi Jr.)