Por Yoruk Bahceli
LONDRES, 26 Set (Reuters) - Os rendimentos dos títulos da zona euro operavam acima de mínimas em duas semanas nesta quinta-feira, devido ao otimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China, enquanto a renúncia de Sabine Lautenschlaeger da diretoria do Banco Central Europeu (BCE) redirecionava o foco para como será o banco central sob seu novo comando.
Os rendimentos de títulos soberanos com prazo em dez anos operavam perto da estabilidade em toda a região DE10YT=RR FR10YT=RR NL10YT=RR , com a taxa do Bund alemão de dez anos estável em -0,58%, acima das mínimas em quase duas semanas atingidas na quarta-feira.
Lautenschlaeger, nomeada pela Alemanha para a diretoria e um membro considerado 'hawk', renunciará a partir de 31 de outubro, antes do final de seu mandato. O BCE não forneceu explicações sobre sua renúncia.
Sabine Lautenschlaeger estava entre as autoridades do BCE que se opuseram à retomada da compra de ativos, anunciada por ocasião da decisão de política monetária do banco em 12 de setembro.
Vários formuladores de política monetária questionaram a necessidade e a eficácia das medidas de estímulo desde então, e a renúncia de Lautenschlaeger prendeu a atenção do mercado em uma sessão até então calma.
"Parece que Draghi está atualmente na defensiva e precisa explicar o que está fazendo e por que ele foi o pioneiro na adoção pelo BCE de uma postura ainda mais expansionista", disse Daniel Lenz, estrategista de juros do DZ Bank.
Ele se referia a uma percepção nos mercados de que Draghi foi a força motriz por trás das medidas de flexibilização deste mês, o que provocou um alto grau de dissidência em uma instituição que normalmente luta por consenso.
Em um e-mail interno enviado à equipe do BCE, Lautenschlaeger disse que lamenta deixar seu cargo antes do tempo, mas achou que esse era o melhor caminho dada a sua situação.
A questão chave para os mercado de títulos é quem será o substituto de Lautenschlaeger --enquanto se aproxima a posse da nova presidente do BCE, Christine Lagarde-- e se isso pode impactar as medidas de alívio monetário do banco, especialmente a flexibilização quantitativa.
Possíveis candidatas, segundo Ducrozet, são a vice-presidente do Bundesbank, Claudia Buch; Isabel Schnabel, membro do Conselho Alemão de Especialistas Econômicos; e a chefe de economia e pesquisa de mercado do BlackRock Investment Institute, Elga Bartsch.
Analistas afirmam que Schnabel poderia ser considerada 'dovish', enquanto Buch poderia ter um viés 'hawkish', dado seu papel no Bundesbank.