A Bolsa de Lisboa .PSI20 segue na linha de água, com as subidas do BCP e das energéticas a serem contrabalançados pela queda do operador postal CTT, enquanto as praças europeias negoceiam em alta, com os investidores à espera de importantes dados macro na zona euro, disseram dealers.
** Os principais índices europeus seguem com ganhos de até 0,8 pct em Milão .FTMIB , enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX avança 0,4 pct, 'puxado' pela subida de 1,55 pct do sector de 'basic resources', beneficiando de uma recupeação do preço do cobre.
** Os investidores vão estar sobretudo centrados nas primeiras leituras dos índices de gestores de compras, ou PMI, dos setores dos serviços e indústria da Zona Euro, enquanto do outro lado do Atlântico, as atenções voltam-se para a dvulgação da venda de imóveis novos nos EUA.
** Em Lisboa, o PSI20 sobe 0,05 pct apoiado nos ganhos de 0,57 pct do Millennium bcp BCP.LS , de 0,2 pct da EDP (SA:ENBR3) EDP.LS e de 0,3 pct da Galp Energia GALP.LS .
** Em sentido contrário e a impedir maiores ganhos do índice estão as quedas de 1,11 pct da Pharol PHRA.LS , de 0,2 pct da EDP Renováveis EDPR.LS e de 0,5 pct dos CTT CTT.LS .
** As acções dos CTT continuam a ser penalizadas pelo anúnico da Autoridade da Concorrência (AdC) que enviou uma nota de ilicitude ao operador postal, acusando-o de abusar da posição dominante. conduta dos CTT é grave, tendo ocorrido na sequência da liberalização do setor postal, introduzida pela Lei Postal, de Abril de 2012, que visou abrir o setor postal à concorrência", referiu o regulador, cuja nota de ilicitude foi adoptada em 12 de Agosto de 2016.
O regulador da concorrência frisou que "a investigação da AdC demonstrou que os CTT utilizaram o controlo sobre a única rede de distribuição de correio tradicional com cobertura nacional em Portugal para impedirem a entrada ou a expansão de concorrentes no mercado nacional de prestação de serviços de correio tradicional".
Explicou que este mercado está avaliado em pelo menos 400 milhões de euros (ME) por ano.
** A 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos sobe dois basis points (bp) para 3,05 pct, apesar da agência Fitch ter reiterado o 'rating' em território de 'lixo' 'BB+', mas afastando os receios que o cortasse.
Na sexta-feira, ao início da noite, a agência de notação financeira Fitch manteve o rating a longo prazo de Portugal e a perspectiva estável, mas alertou para o elevado endividamento do país, fraco crescimento e problemas no sistema financeiro.
Adiantou que, no primeiro semestre de 2016, a receita fiscal aumentou com mais impostos indirectos, nomeadamente sobre tabaco e veículos, enquanto a despesa foi contida por meio de cortes nas despesas de capital.
Mas, destacou que presistem riscos para o objectivo do Governo de um défice de 2,2 pct em 2016, "incluindo a incerteza quanto ao efeito total de várias medidas de política fiscal a serem implementadas ao longo do ano e o impacto de um crescimento mais fraco". Assim, a Fitch mantém a sua previsão cautelosa de déficit de 2,7 pct do PIB para este ano.
Na semana passada, a 'yield' de Portugal a 10 anos teve a maior subida em quase quatro meses após a DBRS, a única agência que atribui a notação de grau de investimento que Lisboa precisa para se qualificar para o programa de compra de dívida pelo BCE, ter deu a entender que poderia estar à beira de a cortar.
(Por Patrícia Vicente Rua)