LONDRES, 8 Fev (Reuters) - As 'yields' das obrigações de longo prazo na Alemanha seguem apenas 10 pontos-base abaixo dos zero por cento esta sexta-feira, mantendo-se num território que reflecte uma preocupação extrema nos mercados de obrigações sobre as condições económicas.
De facto, as 'yields' das obrigações a 10 anos da Alemanha, França e Holanda DE10YT=RR , FR10YT=RR , NL10YT=RR seguem perto de mínimos de mais de dois anos, no final de uma semana que tem visto um outro ajuste significativo nas expectativas dos investidores para o crescimento futuro e a política do banco central.
Eles foram empurrados nessa direcção na quinta-feira, depois da Comissão Europeia ter reduzido as suas previsões de crescimento económico para a União Europeia.
"Acho que ficar abaixo de zero no 'Bund' a 10 anos exigiria uma redução dos taxas para o BCE (Banco Central Europeu) e o limite para isso ainda é considerável", disse o analista-chefe da Nordea, Jan von Gerich.
"Mas mostra como o preço da perspectiva económica se deteriorou significativamente e mostra que o BCE não poderá aumentar as taxas tão cedo".
A preocupação de que as condições económicas possam ser piores do que o esperado há alguns meses levou a uma queda das 'yields' de obrigações mais seguras. No emissor de referência da zona do euro, a Alemanha, isso significa que títulos com vencimentos até nove anos agora rendem abaixo de zero por cento.
Há três meses, os títulos alemães com prazo de seis anos tinham rendimento abaixo de zero.
"Não achamos que uma mudança para zero por cento seja provável, mas pode acontecer", disse Ciaran O'Hagan, estratega de taxas da Societe Generale (PA:SOGN), referindo-se ao 'yield' do Bund, que atingiu 0,10 pct na sexta-feira.
O estratega do Deutsche Bank (DE:DBKGn), Jim Reid, observou que a última vez que a rentabilidade dos títulos alemães foi tão baixa, o forte estímulo de compra de títulos do BCE estava em "fluxo total".
Texto integral em inglês: (Reportagem de Dhara Ranasinghe, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdynia Newsroom Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)