O índice de referência nacional .PSI20 desce 0,3 pct, pressionado pelas desvalorizações dos pesos-pesados, em sintonia com uma Europa castigada pela queda das mineiras, em vésperas do início de uma crucial reunião de banqueiros centrais, segundo traders.
** Os principais índices europeus seguem com quedas entre 0,1 pct em Milão e 0,44 pct em Madrid, depois de dois dias de ganhos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX desce uns ligeiros 0,05 pct, pressionado pela descida de 1,1 pct do sector de recursos básicos .SXPP .
** Destaque para a mineira britânica Glencore GLEN.L , que recua 3 pct, após ter apresentado uma queda de 13 pct no lucro subjacente do primeiro semestre, apesar de anunciado que continua a cortar dívida. Em Lisboa, o Millennium bcp BCP.LS recua 1,1 pct, os CTT CTT.LS e a Galp Energia GALP.LS descem 0,5 pct, a Jerónimo Martins JMT.LS cai 0,4 pct e a EDP (SA:ENBR3) EDP.LS perde 0,2 pct.
** Em alta seguem a Sonae Capital SONAC.LS , a ganhar 2,72 pct, a Corticeira Amorim CORA.LS sobe 0,4 pct, enquanto o BPI BBPI.LS segue estável nos 1,119 euros.
O maior accionista português do BPI BBPI.LS , Violas Ferreira Financial (VFF), interpôs uma nova providência cautelar contra a eleição da mesa da Assembleia Geral (AG), após em Julho já ter travado a votação do fim do limite de votos do banco, que é uma condição de sucesso do 'bid' do Caixabank CABK.MC .
A portuguesa VFF detém 2,7 pct do BPI e esta nova providência cautelar é mais um obstáculo à realização da AG de 6 de Setembro, para deliberar a 'desblindagem' dos Estatutos do banco.
Em 22 de Julho, a Assembleia Geral do BPI, convocada para acabar com o limite máximo de 20 pct dos votos, foi suspensa por 45 dias devido a uma providência cautelar interposta pela VFF, atrasando um passo crucial para o 'bid' do espanhol Caixabank pelo banco português. As atenções dos investidores estão centradas na reunião anual de bancos centrais mundiais em Jackson Hole, Wyoming, que tem início amanhã, aguardando por pistas sobre o 'timing' de subida de taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) nos EUA.
A presidente da Fed, Janet Yellen, discursa na sexta-feira o que condiciona a liquidez dos mercados dada a incerteza sobre se sinalizará uma subida de taxas nos EUA tão cedo quanto Setembro ou lá mais para o final de 2016.
YIELD ESTÁVEL
A 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos segue estável nos 3,04 pct, apesar da agência Fitch ter reiterado o 'rating' em território de 'lixo' 'BB+', mas afastando os receios que o cortasse.
Na sexta-feira, ao início da noite, a agência de notação financeira Fitch manteve o rating a longo prazo de Portugal e a perspectiva estável, mas alertou para o elevado endividamento do país, fraco crescimento e problemas no sistema financeiro.
Adiantou que, no primeiro semestre de 2016, a receita fiscal aumentou com mais impostos indirectos, nomeadamente sobre tabaco e veículos, enquanto a despesa foi contida por meio de cortes nas despesas de capital.
Mas, destacou que presistem riscos para o objectivo do Governo de um défice de 2,2 pct em 2016, "incluindo a incerteza quanto ao efeito total de várias medidas de política fiscal a serem implementadas ao longo do ano e o impacto de um crescimento mais fraco". Assim, a Fitch mantém a sua previsão cautelosa de déficit de 2,7 pct do PIB para este ano.
Na semana passada, a 'yield' de Portugal a 10 anos teve a maior subida em quase quatro meses após a DBRS, a única agência que atribui a notação de grau de investimento que Lisboa precisa para se qualificar para o programa de compra de dívida pelo BCE, ter deu a entender que poderia estar à beira de a cortar. (Por Patrícia Vicente Rua)