(Texto atualizado com mais informações)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 10 Dez (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda de 2,5 por cento nesta segunda-feira, em meio a um noticiário externo desfavorável, com apreensões principalmente sobre o crescimento econômico global minando o sentimento de investidores e endossando redução de exposição a risco em mercados emergentes.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa .BVSP caiu 2,5 por cento, a 85.914,71 pontos, na mínima da sessão. O giro financeiro somou 12,4 bilhões de reais.
A sessão começou com a repercussão de dados mais fracos do comércio exterior chinês e teve ainda renúncia do titular da autoridade monetária na Índia, adiamento da votação do acordo do Brexit no Parlamento britânico e o presidente francês decretando estado de urgência econômica e social no país.
"Não se trata apenas do Brexit, do conflito sobre orçamento Itália-UE e da tensão comercial China-EUA", afirmou no Twitter Mohamed A. El-Erian, conselheiro econômico chefe na Allianz (DE:ALVG).
"A renúncia do presidente do banco central da Índia e a reviravolta política do presidente da França, (Emmanuel) Macron, são mais indicações de até que ponto a política está impactando os mercados e a economia", afirmou.
Em Wall Street, o índice acionário S&P 500 .SPX cedia 0,11 por cento no final do pregão, apoiado na recuperação de alguns papéis de tecnologia, após recuar 1,9 por cento no pior momento. O ETF iShares MSCI de mercados emergentes EEM , por sua vez, caía mais de 1 por cento.
"O mercado parece bem frágil nesse fim de ano", disse o gestor de portfólio de uma gestora de recursos em São Paulo.
Após um ano de fortes ganhos na bolsa paulista, principalmente no período próximo das eleições e com forte participação de investidores locais, profissionais do mercado também consideram ser razoável que fundos reduzam posições mais otimistas diante de uma piora nos mercados externos.
Mesmo com a queda nesta sessão, o Ibovespa .BVSP ainda acumula alta de 12,45 por cento em moeda local. Em dólar, contudo, alcança declínio de quase 5 por cento. Papéis como as preferenciais da Petrobras, por sua vez, sobem mais de 45 por cento no ano em real e mais de 20 por cento em dólar.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN PETR4.SA caiu 5,37 por cento, com o declínio de cerca de 3 por cento nos preços do petróleo ditando realização de lucros nos papéis. O noticiário envolvendo a companhia incluiu início de fase não vinculante para venda de 3 campos terrestres no Espírito Santo e um vazamento de petróleo na Baía de Guanabara no sábado, após uma tentativa de furto em oleoduto da subsidiária Transpetro. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA recuou 2,67 por cento, em meio à piora do apetite a risco generalizada, com BRADESCO PN BBDC4.SA fechando em baixa de 1,93 por cento.
- VALE VALE3.SA encerrou em baixa de 2,13 por cento, alinhada ao desempenho de suas pares na Europa .SXPP , além da queda dos preços do minério de ferro na China.
- GOL PN GOLL4.SA desabou 7,12 por cento, com a alta do dólar ante o real BRBY endossando embolso de lucro dos papéis, que ainda contabilizam ganho ao redor de 25 por cento em 2018.
- EMBRAER EMBR3.SA avançou 2 por cento, tendo no radar decisão judicial revogando liminar que impedia a companhia de vender o controle de sua divisão de aviação comercial para a norte-americana Boeing (NYSE:BA) BA.N , acolhendo recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). CYRELA CYRE3.SA subiu 1,69 por cento, entre as poucas altas da sessão e engatando o quarto pregão seguido de ganhos, em meio a perspectivas mais positivas para o setor de construtoras voltadas para a média e alta renda, com analistas destacando a companhia como uma das com melhor prognóstico.
Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em .PG.BVSP
(Edição Alberto Alerigi Jr.)